quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

obscurum est


- há traidores entre os que ficam.
- estendo-lhes a mão, num gesto apiedado?
- têm medo, escuta-os.
- caída a noite, definham agarrados aos sonhos que não possuem. trazem na boca o sopro da desventura e em seus ossos crescem larvas pegajosas, arrodeadas pelo desamparo.
- dissésseis seus nomes e já teriam partido?
- anciãos, aqui chegaram e aqui ficarão até a morte. pios, sussurram antigas preces.
- arranco-lhes os olhos?
- deixa-os, a fé lhes rapinará o arrependimento.
- sê clemente.
- erguerei pontes entre falsos céus. penetrarei-me do verbo. selarei –lhes o próximo alvorecer.
- anjos anunciarão teu nome.

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