segunda-feira, 29 de dezembro de 2008


tenebrae

teus são os murmúrios que alimentam os justos? tuas, as vestes que aquecem os clementes? por ti oram aqueles que há muito minha bondade acalentou os pesares? farsa és, mas só a ti escutam. no devido tempo saberei não os perdoar. porque se agora ajoelham-se aos teus pés, multidão sob o mesmo nome, quando só existia trevas, fui quem os acolheu e deu-lhes o que sonhar. mas desejavam fé e nas soleiras do desespero alcançaram teus olhos, tudo o que vêem. eu fiz da minha carne o verbo. fui saliva. fui carvão. e tu? renúncia e sacrifício. promessa e perdão. a mentira nascida de mim. o amanhã que hei de encerrar.

2 comentários:

  1. Obrigado pelo elogio!

    Aqui no seu blog não acontece diferente: a qualidade na literatura e o sentido singular dos temas são empregados com muito esmero.
    Gosto muito do monólogo que acontece nas suas postagens, parabéns!

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